14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

IMPETIGO DISSEMINADO: UMA CONSEQUÊNCIA DA CORTICOTERAPIA

Fundamentação/Introdução

O impetigo, parte das piodermites, classificado em bolhoso ou não bolhoso, geralmente é tratado com corticoide tópico.

Objetivos

Alertar sobre uso indiscriminado de corticoide como agravante de patologia que seria autolimitada.

Delineamento/Métodos

Revisão de prontuário e bibliográfica. H.S, 37 anos, após picada de inseto, em janeiro de 2017, surgiu lesão vesicular em face medial da coxa esquerda. Dias após, houve disseminação para os membros superiores e tórax com aspecto de pápulas eritematosas, prurido e fotossensibilidade. No atendimento médico, prescrito antialérgico e corticoide, houve melhora parcial do quadro, com recidivas e uso de corticóide clínico não supervisionado. Em maio de 2017, o quadro intensificou-se com dor, febre e drenagem de secreção serosanguinolenta pelas lesões que já se encontravam em forma de crosta. No pronto socorro, queixou-se de mal estar geral e febre. Ao exame físico, lesões cutâneas extensas, eritematosas, crostosas e dolorosas, com secreção purulenta e descamação da pele, em membros superiores, tronco, dorso e face. Realizada internação hospitalar. Exames laboratoriais: hemograma, leucocitose com desvio à esquerda, VHS e PCR aumentados, VDRL não reagente, anti – HIV e provas reumatológicas negativas. Nas características clínicas apresentadas e hipótese de Impetigo disseminado, iniciou-se antibiótico endovenoso (Ceftriaxone e Clindamicina). Paciente teve remissão completa das lesões, com alta após dez dias de tratamento.

Resultados

O caso representa uma atipia do impetigo, pois, no estudo de Tonolli. et. al., a faixa etária mais acometida são crianças escolares e pré-escolares.² Trata-se de mulher, 37 anos, em uso crônico e irregular de corticoide sistêmico. Segundo Aberdein. et.al., o uso de corticoterapia prolongada configura importante predisponente ou agravante para a infecção.³ O impetigo geralmente manifesta-se como lesão única. Nesse caso, a imunossupressão conferida pelo corticóide sistêmico resultou na disseminação das lesões cutâneas e comprometimento do estado geral, com necessidade de antibioticoterapia endovenosa. Portanto, este relato demonstra a importância do diagnóstico preciso e precoce, visto que, o tratamento, feito antecipadamente, resulta em melhor prognóstico e menor repercussão.

Conclusões/Considerações finais

Pelo exposto, conclui-se que a corticoterapia sistêmica, utilizada de forma indiscriminada e irregular, causa danos ao indivíduo, exacerbando quadros que seriam autolimitados.

Área

Clínica Médica

Autores

Ana Lívia Felippe da Silva Pasqua, Pâmela Oliveira Tannús, Igor Duarte Rodrigues Vilela, Paloma Feitosa Pinho Gomes, Gabrielly Borges Machado