14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

PERICARDITE PIOGÊNICA SECUNDÁRIA A MENINGITE POR NEISSERIA MENINGITIDIS

Fundamentação/Introdução

Pericardite piogênica secundária a infecção por Neisserie Meningitidis é considerada causa rara entre as pericardites bacterianas.

Objetivos

Relato de caso: Paciente, DED, 33 anos, sexo masculino, com história de drogadição, admitido no dia 19/12/2015, referindo dor abdominal difusa, associado a náuseas, vômitos, diarreia, cefaleia, dor na nuca e febre continua aferida (38-38,5ºC). Após exame físico e anamnese paciente permaneceu internado com hipótese de meningite interrogada. Foi colhido líquido cefalorraquidiano (LCR), exames de imagem, laboratoriais, iniciado antibioticoterapia e o paciente encaminhado para isolamento respiratório. Nos exames laboratoriais da admissão foi encontrado leucocitose com desvio a esquerda, proteína C reativa (PCR): 33,3, demais exames normais.

Delineamento/Métodos

Além disso foi realizado uma tomografia de crânio, visualizando ausência de áreas de isquemia e hemorragias, sem desvio da linha media, com ventrículos preservados. O LCR apresentou aspecto xantocrômico/turvo, glicose: 10, hemácias: 340, proteínas: 587, neutrófilos: 93, pH: 8,5, BAAR: negativo, celularidade: 2390, bacterioscopio: diplococos gram-negativos, PCR para infecções bacterianas evidenciando N. meningitidis, genogrupo C.

Resultados

No sétimo dia de internação hospitalar, com diagnostico de meningite bacterina, paciente apresentava-se em bom estado geral, mas com leve desconforto retroesternal e foi observado na ausculta cardíaca atrito pericárdico. Por conta disso, passou a ser realizado diariamente eletrocardiograma, que apresentou inicialmente ritmo sinusal, com FC: 100bpm, eixo preservado, e supra desnível do segmento ST côncavo e difuso, exceto em V1 e aVR . Realizado também ecocardiograma transtorácico, que apresentou fração de ejeção 62 %, com derrame pericárdico leve sem restrição ao enchimento ventricular

Conclusões/Considerações finais

Conclusão: Pericardite secundaria a infecção por N. meningitidis é uma forma rara, difícil de diagnosticar, com prognóstico potencialmente grave. Diferenciação de pericardite por causa piogênica ou viral é importante, porque requer um diagnóstico preciso com início de antibioticoterapia precoce, e em algumas vezes drenagem. Pericardite piogênica deve ser incluída no diagnostico diferencial de adultos jovens, com febre, leucocitose, dor no peito, dispneia e atrito pericárdico. Doença de notificação compulsória, a infecção ocorreu em um morador da cidade de São Paulo, cujos contactantes íntimos receberam profilaxia para controle e prevenção de novas infecções.

Palavras Chaves

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Municipal Vereador José Storopolli - São Paulo - Brasil

Autores

Recielle Chaves Gomes, Dayrana Alves Lucena, Elenice Andrade Milhomem