14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Síndrome do Cone Medular associada a Neurotoxoplasmose - Relato de Caso

Fundamentação/Introdução

O cone medular é frequentemente acometido por inflamações e infecções, que por disseminação hematogênica, liquorica e extensão meníngea chegam ao sistema nervoso central. A ressonância magnética (RM) é o exame de escolha e associada a avaliação completa do neuroeixo pode auxiliar no diagnostico. A presença de realce anelar periférico pode estar presente em lesões granulomatosas como toxoplasmose

Objetivos

Relatar um caso de Síndrome do Cone Medular relacionada a Neurotoxoplasmose, diagnosticado em Hospital Terciário da Grande Florianópolis - SC

Delineamento/Métodos

K.H.M, masculino, 43 anos, portador do HIV há 9 anos, atualmente sem tratamento. Procurou atendimento no serviço de emergência devido a quadro neurológico caracterizado por parestesia e paresia ascendentes em membro inferior direito há 4 semanas, seguidos de paraparesia em membro inferior esquerdo, distúrbio esfincteriano (retenção urinária e constipação com escape de fezes), disfagia para líquidos e disartria. Ao exame físico em regular estado geral, neurológico com pupilas isofotorreagentes, motricidade ocular preservada, discreto desvio da rima labial para a esquerda, paraparesia de membros inferiores (MMII), força grau 3 em coxas e grau 1 distalmente, arreflexia de MMII, ataxia de marcha, sinal de Babinksi ausente. RM de coluna demonstrou lesão heterogênea de aspecto expansivo no cone medular. RM de encéfalo com lesões sequelares no parênquima encefálico, predominando em situação córticosubcortical, sugestivas de sequela de processo inflamatório infeccioso por agente oportunista (principalmente neurotoxoplasmose). Foi iniciado tratamento empírico para neurotoxoplasmose com Clindamicina (alergia a Sulfametoxazol), pirimetamina e ácido folínico. Optou-se por instituir profilaxia para tuberculose e pneumocistose. Exame do líquor com reação em cadeia da polimerase (PCR) negativo para micobactéria, pesquisa de células neoplásicas negativa e PCR positivo para Toxoplasma gondii

Resultados

Após 8 dias de terapia evoluiu com melhora significativa do exame neurológico, porém ainda sem sensibilidade em períneo e sem deambular. RM de controle demonstrou redução do efeito tumefativo da lesão do cone medular. Paciente com boa evolução com tratamento proposto recebeu alta hospitalar para acompanhamento ambulatorial

Conclusões/Considerações finais

Fechou-se o diagnóstico desse caso atípico de Neurotoxoplasmose com Síndrome do Cone Medular através da correlação de dados clínicos e exames complementares. Paciente com boa resposta ao tratamento recomendado pela literatura.

Palavras Chaves

NEUROTOXOPLASMOSE
SINDROME DO CONE MEDULAR

Área

Clínica Médica

Instituições

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA - Santa Catarina - Brasil

Autores

BÁRBARA GERLACH DA SILVA ZIEMATH, RAISA SCHNEIDER AREND, GUSTAVO ARAUJO PINTO, THAIS LINS SOARES LEITE