RELATO DE CASO: ENCEFALITE VIRAL
Fundamentos As encefalites virais são caracterizadas pelo acometimento encefálico por algum tipo viral. Sua frequência tende a ser maior em extremos de idade e em indivíduos imunossuprimidos. As etiologias podem ser variadas, incluindo enterovírus, arbovírus, citomegalovírus, vírus da varicela-zoster e do grupo herpes (1,2,3).
O presente estudo tem como objetivo mostrar a dificuldade de tratar empiricamente casos de encefalite viral, em um cenário onde não dispomos de testes diagnósticos fundamentais para o manejo adequado da doença.
Estudo de Relato de caso.
Relato de Caso N.V.F.C; 61 anos, feminino, católica, casada, relata que no dia 04 de julho de 2017 apresentou cefaleia de forte intensidade, frontal, em pontada. Procurou atendimento de urgência e foi solicitada tomografia de crânio que não mostrou alterações dignas de nota. A paciente foi medicada com sintomáticos porém 5 dias após apresentou 4 episódios de crise convulsiva presenciadas pelo marido que acionou o serviço do SAMU (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) que a removeu para o hospital. A paciente foi tratada com Fenitoína (dose de ataque e manutenção) e internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com rebaixamento do nível de consciência e crise convulsiva focal. Foi realizada ressonância de crânio que mostrou, tumefação cortical parieto temporal à direita, com conservação da substância branca e restrição à difusão no córtex parieto temporal do mesmo lado, sem realce pelo meio de contraste. Realizada punção lombar que mostrou liquor inflamatório, com citometria: 1 cel\mm3; citologia: 98% de mononucleados; glicose: 140 mg\dl e proteínas: 58,6 mg\dl. Foi iniciado empiricamente, pelo médico da UTI, Dexametasona 4 mg (8/8 horas), Aciclovir 500 mg (12\12 horas), Fluconazol 600 mg (12\12 horas), Rocefin 2g (12\12 horas) e Levofloxacino 750mg (24\24 horas). A paciente evolui com melhora do quadro neurológico. No terceiro dia de internação recebeu alta para a enfermaria, aos cuidados do Serviço de Clínica Médica e o Fluconazol e o Levofloxacino foram suspensos. Recebeu alta hospitalar 7 dias após, assintomática e com todos os medicamentos suspensos, exceto a fenitoína 100 mg (8/8 horas).
Por não haver disponibilidade de testes diagnósticos fundamentais para o manejo adequado, a paciente foi tratada empiricamente para encefalite herpética e meningoencefalite bacteriana.
encefalite/ convulsão/ líquor/ vírus
Clínica Médica
KAREN SOARES BRANDÃO, LUANA MORELO LOPES, BRUNO DOS SANTOS FARNETANO, CYBELE NUNES LEÃO, ISAAC NILTON FERNANDES OLIVEIRA