TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO NA ADOLESCÊNCIA À LUZ DA ANÁLISE DO TRATAMENTO: RELATO DE CASO
O transtorno compulsivo obsessivo (TOC) é caracterizado por pensamento intrusivos repetitivos e comportamentos compulsivos classificados em de três a cinco sintomas distintos, incluindo: obsessões agressivas com compulsões de verificação; obsessões de contaminação com compulsões de limpeza; obsessões simétricas com compulsão de contagem/ordenação; obsessões de esconder objetos com compulsões de colecioná-los; obsessões sexuais/religiosas. Isto gera uma grande ansiedade levando a comportamentos recorrentes voltados à reduzir esta tensão. É altamente prevalente em crianças e adolescentes.
O objetivo é relatar um caso clínico de adolescente portador de transtorno obsessivo compulsivo e sua evolução a partir da intervenção psicoterápica e farmacológica, pois a associação destas torna o tratamento mais eficaz.
As informações foram obtidas através de observação do prontuário, entrevista com o paciente e revisão de literatura.
O transtorno obsessivo compulsivo é uma desordem neuropsiquiátrica caracterizada por obsessão, compulsão ou ambos. Obsessões são pensamentos intrusivos e impulsos, recorrentes e persistentes, enquanto compulsões são comportamentos ou pensamentos que ajudam a neutralizar o desconforto gerado pela obsessão. Atualmente é a quarta condição psiquiátrica mais prevalente, tendo fatores genéticos associados ao aumento de 3 a 12 vezes no risco de desenvolvimento da doença em familiares de primeiro grau dos portadores. O trabalho relata a história clínica de um adolescente do sexo masculino, 13 anos, com história familiar de transtornos psiquiátricos, queixa de mania há 4 anos e acompanhamento psicoterápico irregular há 3 semanas. Apresentava pensamentos com conteúdo obsessivo relacionado a contaminação e atos compulsivos como lavagem excessiva das mãos. Iniciado tratamento com Escitalopram, porém com melhora discreta. Após aumento da dose, associado a Risperidona e psicoterapia regular, obteve melhora importante dos sintomas em três meses de tratamento.
Em frente à alta incidência de pacientes com transtorno obsessivo compulsivo associado a história familiar positiva, a união entre psicoterapia e farmacoterapia torna-se fator determinante para evitar recorrência, recaídas e promover melhor prognóstico, uma vez que esta doença possui caráter crônico e flutuante com comprometimento das relações pessoais.
transtorno obsessivo compulsivo; adolescente; farmacoterapia; psicoterapia.
Clínica Médica
Tainá Guimarães Cardoso, Danielly Calais Caverzan, Fabrício Zaché Miranda, Isabela Machado Vervloet, Letícia Borges Lauton