PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE MORTALIDADE POR ESPINHA BÍFIDA NO BRASIL NO INTERVALO DE 2005 A 2015
INTRODUÇÃO: A falha no fechamento do tubo neural ou a reabertura após fechamento bem-sucedido pode levar a várias malformações congênitas. Dentre elas, destaca-se a espinha bífida, que pode ser dividida em espinha bífida oculta e cística. A forma cística tem como suas principais apresentações a mielomenigocele e a meningocele. A espinha bífida tem origem multifatorial, com interação entre fatores genéticos e ambientais. No Brasil, os Defeitos de Fechamento de Tubo Neural (DFTN), principalmente a espinha bífida, assumem importante papel na morbidade e mortalidade infantis, e medidas preventivas são dignas de atenção.
OBJETIVOS: Avaliar o perfil epidemiológico nacional de mortalidade por Espinha Bífida entre os anos de 2005 e 2015.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo observacional, descritivo de série temporal, a partir de dados obtidos através da plataforma eletrônica do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS).
RESULTADOS: Entre 2005 e 2015, pode-se perceber que as proporções de óbitos infantis relacionados à espinha bífida diminuíram. No período analisado, as regiões Sul e Sudeste mantiveram-se abaixo da média nacional, enquanto que as outras permaneceram acima, corroborando o maior apoio técnico nas regiões que são consideradas centros de referência em saúde no país. Proporcionalmente, as maiores reduções de incidência ocorreram no Nordeste e no Centro-Oeste, de 62,63% para 14,93% e de 80,95% para 25,80%, respectivamente. Isso pode ser justificado por essas duas regiões apresentarem maiores proporções de óbitos, sendo, portanto, mais expressivo aos governantes e profissionais de saúde. Nos últimos anos, os avanços tecnológicos no diagnóstico de espinha bífida, como ultrassonografias rotineiras e ressonância magnética fetal, têm possibilitado o diagnóstico precoce e ações que visem diminuir essa mortalidade. Entretanto, medidas para reduzir óbitos secundários a anomalias congênitas ainda são escassas.
CONCLUSÕES: Com a atenuação de outras causas de mortalidade infantil, as malformações evidenciaram-se. O acompanhamento pré-natal, a adoção de estilo de vida saudável pelas gestantes e a prevenção dos fatores de risco para DFTN, sobretudo através da suplementação com ácido fólico, merecem destaque na redução do número de óbitos infantis e na perpetuação da vida.
PALAVRAS-CHAVE: Mielomeningocele. Meningocele. Mortalidade Infantil.
Clínica Médica
Faculdade de Medicina Nova Esperança - Paraíba - Brasil, Faculdade Santa Maria - Paraíba - Brasil, Universidade Federal da Paraíba - Paraíba - Brasil
Larissa Silva de Siqueira Figueiredo, Taiane Oliveira Lima de Andrade Silva, Breno Guedes de Melo, Antonio Vituriano de Abreu Neto, Ivana da Silva Cruz