14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

SÍNDROME DE GULLO: UM RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

Introdução: A síndrome de Gullo foi descrita pela primeira vez em 1996, e se caracteriza pela elevação dos níveis séricos das enzimas pancreáticas, acima de três vezes o limite superior da normalidade, por período maior que um ano, na ausência de doenças biliopancreáticas que justifiquem estas elevações. Na maioria das vezes é assintomática, sendo detectada, mais frequentemente, de forma incidental.

Objetivos

Objetivo: Relatar caso de uma paciente, sem anormalidades de vias biliares e pâncreas, diagnosticada com Síndrome de Gullo, e revisar a literatura sobre tal síndrome.

Delineamento/Métodos

Relato de caso

Resultados

Relato de caso: MFFS, 62 anos, natural de Serra da Raiz (PB), aposentada, procura gastroenterologista em junho/2015 para investigação de elevação de enzimas pancreáticas, detectada em exames de rotina. Negava queixas dispépticas, dores abdominais, apresentando como única queixa quadro de constipação intestinal há mais de 40 anos, com uso esporádico de laxantes. Nos antecedentes pessoais, referia ter sido submetida a colecistectomia eletiva há 20 anos, e fazia tratamento atual para depressão com duloxetina 30mg/dia e clonazepam 2mg/noite. Negava tabagismo e etilismo, não apresentando alterações abdominais ao exame físico. Exames laboratoriais revelavam elevação de lipase e amilase séricas 2 a 3 vezes o limite superior de normalidade (LSN). Colangiorressonância nuclear magnética não revelou alterações nas vias biliares intra-hepáticas ou no Wirsung, demonstrando apenas discreta ectasia do colédoco, sendo atribuída à colecistectomia prévia. TC de abdome com contraste não demonstrou alterações pancreáticas. A duloxetina e o clonazepam foram suspensos, e os níveis de lipase e amilase foram monitorados a cada três meses, durante 14 meses, exibindo flutuação dos seus níveis, porém persistindo sempre com elevação de 2 a 3 vezes o LSN. Cálcio sérico, lipidograma, PTH e IgG4 sérica dentro dos valores de normalidade. Em agosto/2016, foi submetida a ultrassonografia endoscópica, para avaliação de parênquima pancreático, que revelou pâncreas dentro dos padrões da normalidade. Diante da elevação assintomática e isolada das enzimas pancreáticas (lipase e amilase), a paciente foi diagnosticada com Síndrome de Gullo e recebeu alta médica.

Conclusões/Considerações finais

Conclusão: O conhecimento dessa síndrome tem fundamental importância, pois por se tratar de uma doença benigna e sem maiores repercussões sistêmicas, pode-se evitar que o paciente seja submetido a exames e procedimentos terapêuticos desnecessários.

Palavras Chaves

Pâncreas; Lipase; Gastroenterologia

Área

Clínica Médica

Instituições

Endovídeo - Paraíba - Brasil

Autores

Flávia Tomé Cavalcante, Rebeca de Albuquerque Paulino, Larissa Oliveira Fernandes Borba, Tarciana Vieira da Costa, Fernando Salvo Torres de Melo