14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

AGRANULOCITOSE INDUZIDA POR METIMAZOL EM PACIENTE COM DOENÇA DE GRAVES: RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

O tratamento do hipertireoidismo com drogas antitireoidianas pode provocar um importante efeito colateral: a agranulocitose, que é caracterizada pela contagem de neutrófilos menor que 500 cel/mm3. A redução do número de neutrófilos predispõe a várias infecções. A frequência da agranulocitose ocorre em 0,1 a 0,5% dos pacientes em tratamento com drogas antitireoidianas, sendo o seu risco relacionado ao aumento da dose das mesmas.

Objetivos

Descrever um caso de agranulocitose induzida por metimazol em um hospital terciário de Rondônia.

Delineamento/Métodos

A.M.A, feminino, parda, 32 anos, casada, do lar, evangélica, natural e residente em Porto Velho, Rondônia. Procurou atendimento médico em 05/09/2016 com queixa de palpitações e dor torácica. Referiu também perda de peso, diarreia e labilidade emocional. Portadora de hipertireoidismo desde 2009, sem tratamento há 1 ano. Há 3 dias da admissão, apresentou febre alta, vômitos, palpitações intensas, dor torácica em queimação de forte intensidade e agitação psicomotora. Foi diagnosticada com fibrilação atrial e posteriormente crise tireotóxica hipocalêmica, apresentava TSH supresso e T4 livre maior que 100. Realizou tratamento de arritmia com cardioversão química (amiodarona) e início de droga antitireoidiana (propiltiouracil 100mg 8/8h que posteriormente foi trocado por metimazol 30mg/dia). Associadamente no tratamento, fez uso de propranolol e hidrocortisona.

Resultados

Foi transferida para outro hospital, após 16 dias, após melhora sintomática, onde foi admitida agitada, exoftalmia bilateral com edema palpebral, hipocorada, desidratada, normotensa, taquicárdica, taquipneica e afebril. Neste, foi ajustada a dose de metimazol para 60mg/dia. No 8º dia, apresentou febre, sinais e sintomas de amigdalite, ademais de queda na contagem de leucócitos: 1.190/mm3 (neutrófilos 666/mm3). Foi suspenso o metimazol, iniciada antibioticoterapia com cefepime e dieta zero em iodo para posterior tratamento do hipertireoidismo com iodo radioativo ,devido contraindicação as drogas antitireoidianas pela agranulocitose. Apresentou remissão sintomática e normalização da contagem de neutrófilos somente no 6º dia após ampliação de antibiótico (vancomicina e amicacina) e uso de filgrastima.

Conclusões/Considerações finais

Esta é uma complicação rara do uso dessas drogas, cujas graves consequências podem ser evitadas pelo diagnóstico correto e precoce. Tendo em vista que a triagem de rotina não é recomendada, torna-se imprescindível alertar o paciente para os sintomas desta complicação.

Palavras Chaves

Agranulocitose
Metimazol
Hipertireoidismo

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro - Rondônia - Brasil

Autores

Maristefany Cury Arruda do Nascimento, Bárbara de Figueredo Tenório, Élida Moura Carvalho, Adrielly de Souza Martins, Igor Ribeiro Barcelos