MORTALIDADE POR SEPSE EM UNIDADE CRÍTICA DE URGÊNCIA EM SERGIPE
A sepse associa-se a uma alta taxa de mortalidade nas urgências de hospitais, sendo maior que as do câncer ou infarto do miocárdio. No Brasil, ocorrem cerca de 670 mil casos de óbitos por sepse, com letalidade de 51,7% em serviços de urgência, dado bem distante da realidade dos Estados Unidos que apresentam apenas 32,9% de letalidade em unidades de urgência. As infecções mais comumente associadas à sepse são a pneumonia, a infecção intra-abdominal e a infecção urinária. A pneumonia, na maior parte dos levantamentos epidemiológicos, é o foco responsável pela metade dos casos. O sexo masculino é o que engloba o maior percentual em casos de sepse com 57% no Brasil, enquanto as mulheres apresentam um percentual maior em relação a sepse por foco urinário.
Caracterizar e determinar a frequência e mortalidade por sepse em pacientes críticos assistidos em unidade de urgência.
Estudo descritivo e retrospectivo de 755 pacientes críticos adultos internados em unidade de urgência de um hospital público em Aracaju, Sergipe, durante oito meses. Os dados foram obtidos de fichas individuais de busca ativa, coletada pela equipe do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar.
A maioria dos pacientes com sepse era do sexo masculino (57,1%), com média de idade de 62 anos (dp = 17,3). Dos 755 pacientes, 14,17% (107) tiveram o diagnóstico de sepse à admissão diretamente na unidade crítica (Área Vermelha). Destes, 54,2% (58/107) eram homens. O tempo de permanência média geral foi de 6 dias. As topografias das infecções primárias originárias da sepse foram a pulmonar, que deu origem a 40% (42) dos casos de sepse, a urinária 13,4% (14), a cutânea 4,1% (44), a abdominal 1% (11), 4,1% (4) de casos com foco misto (urinário e pulmonar), e 26,8% (28) sem foco definido. As mulheres apresentaram mais sepse de foco urinário 70,5% (12/17); as infecções respiratórias não tiveram diferença de gênero. Dos 97 pacientes com sepse, 46 morreram - a taxa de letalidade por sepse foi de 47,5 % e a mortalidade geral de 6,09% (46/755), a permanência média dos pacientes com sepse foi de 4 dias. A proporção de óbitos por sepse foi de 18,3% (46 de 252 óbitos).
A letalidade associada a sepse encontrada neste estudo foi elevada, mas um pouco inferior ao reportado no Brasil. A sepse associou-se a um terço dos óbitos. As infecções respiratórias e urinárias foram as mais comuns origens da sepse. As mulheres tiveram mais sepse de foco urinário.
Sepse, mortalidade, urgência.
Clínica Médica
universidade tiradentes - Sergipe - Brasil
Erika de Oliveira Menezes, Lara Rebeca Correia Franca Dantas, Iza Maria Fraga Lobo, Larisse Martins Coelho, Ana Maria dos Santos Gonçalves