14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Anemia hemolítica autoimune fulminante: relato de caso

Fundamentação/Introdução

Anemia hemolítica autoimune (AHAI) consiste em auto anticorpos que se ligam aos eritrócitos diminuindo sua sobrevida. São classificadas pelos anticorpos, quentes ou frios, e pela etiologia, primária (a anemia hemolítica é o único achado clínico) ou secundária (anemia como manifestação de doença sistêmica). O diagnóstico inclui teste de coombs direto (TCD) positivo, com exceção de 5 a 10% dos pacientes que pode ser negativo, e hemólise.

Objetivos

Relatar um caso de AHAI fulminante, ressaltando os diagnósticos diferenciais e suas manifestações.

Delineamento/Métodos

Estudo de caso de SCB, 35 anos, mulher, diabética, admitida com dor torácica, dispnéia, icterícia, anemia grave com necessidade de hemotransfusão, leucocitose 41100, hemoglobinúria e glicosúria. Foi confirmado AHAI por aumento do DHL, reticulócitos e bilirrubina indireta e baixa haptaglobina, mesmo com TCD negativo. Visto condensação pulmonar direita e atelectasias à tomografia, iniciado tratamento para pneumonia. Outros achados incluiam atrito pericárdico, síndrome nefrótica com proteinúria maciça e função renal normal e hepatomegalia. Descartado Lupus por falta de critérios e marcadores laboratoriais como FAN, anti-DNA nativo e antiSM negativos. Sorologias para HIV e hepatites negativas e TSH normal. Sorologias para Epstein Barr e CMV, dosagem de anti-IgG e IgM e biópsia renal foram solicitados, porém indisponíveis no serviço. Biópsia de medula óssea sem alterações. No 15º dia de internação evoluiu com piora clínica, uremia aguda, acidose metabólica grave, lactatemia e hipotensão culminando em duas paradas cardiorrespiratória revertidas e óbito na terceira.

Resultados

As anemias hemolíticas correspondem a 17,5% de todas as anemias, e no Brasil em 2015 foi responsável por 161 óbitos. 20% das AHAI secundárias relacionam com doenças linfoproliferativas, 5% com colagenoses, 8% com infecções pelo Mycoplasma pneumoniae (Mp), além das infecções virais e induzida por fármacos. A presença de pneumonia associado às alterações hematológicas da paciente, torna a infecção pelo Mp a principal hipótese diagnóstica, visto que as demais causas foram descartadas. Devido evolução rápida e fulminante não foi possível dosagem de crioaglutininas e cultura para Mp.

Conclusões/Considerações finais

As AHAI incluem uma vasta sintomatologia a depender da causa base, sendo uma doença grave com possibilidade de evolução fulminante. Um rápido diagnóstico e uma intervenção precoce garantem o melhor prognóstico para o paciente.

Palavras Chaves

Anemia hemolítica autoimune; infecção por Mycoplasma; anemia fulminante.

Área

Clínica Médica

Instituições

Faculdade Atenas - Minas Gerais - Brasil

Autores

Bruna Alves Nunes, Sara Nunes de Brito, Anna Luisa Oliveira Garcia, Dayane Quintino Vasconcelos, Estevão Tavares de Figueiredo