14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

O impacto do retardo diagnóstico nos sintomas de uma paciente com Acalasia - Um relato de caso

Fundamentação/Introdução

A acalasia é uma doença incomum, com prevalência de 10:100000 habitantes, que resulta da degeneração celular na parede esofágica acarretando falha do relaxamento do esfíncter esofagiano inferior (EEI) e aperistalse. Pode ser secundária a doenças como Chagas e Sarcoidose ou ser idiopática apresentando-se clinicamente com disfagia, regurgitação, dor no peito, emagrecimento e pirose.

Objetivos

Relatar um caso de acalasia, cuja demora diagnóstica acarretou graves sintomas a paciente.

Delineamento/Métodos

E.S, sexo feminino, 53 anos, com história prévia de hipertensão arterial sistêmica, nódulo de tireóide em acompanhamento com endocrinologista, em uso de Omeprazol. Apresenta disfagia, pirose, regurgitação e odinofagia a sólidos e líquidos há 3 anos com piora progressiva dos sintomas e perda de 8 quilos no último mês. Nas endoscopias digestivas realizadas previamente diagnosticou-se gastrite, sem demais alterações, tratando com medicações, porém sem melhora do quadro. Exame físico, laboratoriais, RX de tórax e ECG normais. O Raio X de esôfago contrastado evidenciou redução do calibre na transição esôfago-gástrica com dilatação a montante e Manometria Esofágica demonstrou aperistalse em corpo esofágico, achados compatíveis com quadro inicial de acalasia do cárdia. Iniciou, portanto, tratamento com Nitrato via oral apresentando melhora dos sintomas e foi encaminhada ao cirurgião torácico.

Resultados

Estudos recentes demonstram que portadores de acalasia possuem 9,2% mais chance de desenvolver câncer de esôfago evidenciando a importância do diagnostico precoce realizado pela Esofagomanometria (padrão ouro). Sabe-se que diversos tratamentos podem amenizar os sintomas desta patologia, porém nenhum deles normaliza a função esofágica e a eficácia tende a diminuir com o tempo, exigindo implementação de terapias alternativas. O tratamento que consiste na redução de pressão no EEI pode ser realizado com toxina botulínica, nitratos, bloqueadores de canais de cálcio, miotomia e dilatação pneumática conforme idade, sexo e preferência do paciente.

Conclusões/Considerações finais

Frente ao caso e compreendendo que a acalasia além de impactar na qualidade de vida aumenta o risco do desenvolvimento de câncer de esôfago, entende-se a necessidade de uma investigação mais criteriosa àqueles com sintomas de disfagia não respondedores ao tratamento inicial. O melhor prognóstico e a melhora dos sintomas depende do diagnóstico precoce e da implementação de terapêutica correta ao paciente.

Palavras Chaves

acalasia, disfagia, câncer esôfago

Área

Clínica Médica

Autores

Ana Carina Reichow Bandeira Caldas, Echiley Bardini Mendes, Felipe Debona, Laís Praetzel Soeiro Souza, Edgar Costa Schramm